Vaidade, beleza e amor são algumas das palavras que nos fazem lembrar rapidamente da figura doce de Oxum, um orixá africano que representa as águas doces, as cachoeiras e os rios. Ela também é conhecida como Ochun, Oshun e Osun.
É ela quem nos inspira a buscar o amor, a prosperidade e a beleza. Oxum é calma, delicada, por vezes manhosa. Reconhecida como a Senhora do Ouro, pois ela é rica, bem como é dotada de grande sensibilidade, a qual influencia as pessoas que a ela pedem socorro, principalmente os seus médiuns que ao incorporarem acabam derramando lágrimas que os fazem ser chamados de chorões.
Irmã de Iansã e uma das esposas de Xangô, sendo as demais a própria Iansã e Obá. Veja a seguir um pouco mais sobre a história de Osun, entidade espiritual cultuada tanto na Umbanda quanto no Candomblé.
História de Oxum
Segundo a Mitologia Africana, Oxum é a filha de Oxalá mais bela e amada, além de ser muito curiosa. Em certa ocasião, ela se apaixonou por um dos orixás e quis que Orunmilá, melhor amigo do seu pai, lhe ensinasse a ver o futuro.
Mas como tal cargo só poderia ser ocupado por homens, Oruunmilá se recusou a ensinar-lhe os segredos. Oxum, por sua vez, seduziu Exu e lhe pediu para que roubasse o jogo de ikin (cascas de coco de dendezeiro) que pertencia a Orunmilá.
Oxum aproveitou para pedir as feiticeiras africanas (Iyami Oshorongá) que viviam na floresta para que lhe ensinasse a ver o futuro, mas elas com o intuito de provocar Exu não ensinaram. Todavia, Exu conseguiu roubar de Orunmilá os segredos e os partilhou com Oxum, que em agradecimento lhe concedeu a honra de ser o primeiro orixá a receber os louvores no jogo de búzios. Desta forma, Oxum representa o poder, a sabedoria e a força da vidência feminina.
Características
São conhecidos 16 características ou caminhos de Oxum, a saber:
- Iya Omi – Idosa que faz as perguntas a Esu no Ifá;
- Òsun Abalu – Considerada a mais velha;
- Òsun Abalô – Aquela que carrega Ogum;
- Ósun Ijimu – É um tipo de Òsun velha;
- Ósun Aboto – É a Oxum das Nascentes;
- Osun Apará – Jovem e guerreira que acompanha Ogum;
- Osun Ajagura – Jovem guerreira que é casada com Aganju;
- Yeye Oga – É velha e rabugenta;
- Yeye Karê – Guerreira que possui um arco e flecha (ofá);
- Yeye Oke – É possível que seja Yeye Loke;
- Yeye Onira – Guerreira de qualidades atribuídas a Oyá;
- Yeye Oloko – Caçadora que vive no interior das matas;
- Yeye Pondá – Guerreira e mãe de Logun Edé;
- Osun Ê Wuj Í – Aquela que é saudada no padé;
- Yeye Loku – Aquela que reside e é cultuada nas lagoas de águas profundas;
- Yeye Odo – Trata-se da Osu que vive nas nascentes e fontes.
Na Umbanda
Oxum é um orixá bastante cultuada na Umbanda como a divindade que protege desde as gestantes até a juventude. Geralmente é evocada para realizar a limpeza fluídica tanto do ambiente como, por exemplo, do próprio templo como das pessoas ali presentes. Também lembrada carinhosamente como “Mamãe Oxum”, ela ampara todos os seus filhos e oferece ajuda a quem lhe pedir.
Candomblé e Igreja Católica
Oxum é uma divindade no Candomblé sincretizada no Catolicismo com Nossa Senhora da Conceição em regiões como o Rio de Janeiro, enquanto na Bahia é sincretizada com Nossa Senhora das Candeias e Nossa Senhora Aparecida. Oxum é homenageada todos os anos em 08 de dezembro.
Oferendas
Um prato que se pode preparar para fazer pedidos ou mesmo agradecer por um auxílio recebido de Oxum é o Omolokum que é fácil de ser preparado. Veja a seguir como fazê-lo.
Ingredientes
- 500 gramas de feijão fradinho
- 8 ovos
- 1 cebola
- Azeite de Oliva
Modo de Preparo
Cozinhe o feijão junto com a cebola e o azeite. Depois os amasse bem até que se forme uma pasta. Em seguida, coloque o preparo em um recipiente de louça.
Cozinhe os ovos e assim que terminar corte-os em quatro. Pegue-os e enfeite o preparo e por fim, regue com bastante azeite.
Saudação ao Orixá
Para saudar Oxum deve-se dizer “Ora Yê Yê Ô” que, em português, quer dizer o mesmo que “Salve a benevolente mãezinha”.